4.7. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
Modelos de simulação baseados em Dinâmica de Sistemas com Vensim
A intervenção do homem no meio ambiente que o rodeia, e do qual faz parte, provoca inevitavelmente alguma alteração no ecossistema afetado. Uma das ferramentas mais difundida para a valoração prévia dos efeitos ambientais de qualquer projeto antes de sua execução é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), vigente e de aplicação obrigatória em muitos países ao redor do mundo.
Atualmente, o término do Estudo de Impacto Ambiental serve para referir-se a uma série de diferentes atividades, mas surgiu e foi institucionalizado no sentido de prever as consequências futuras sobre a qualidade ambiental das decisões que se tomam hoje. Existem também várias definições de impacto ambiental, da qual é notável a de Wathern, 1988, segundo a qual é “a mudança em um parâmetro ambiental, em um determinado período e em uma determinada área, que resulta de uma dada atividade, comparada com a situação que ocorreria se essa atividade não houvesse sido iniciada”. Esta definição tem a particularidade de introduzir a dimensão dinâmica dos processos do meio ambiente como base para a compreensão das alterações ambientais.
Consideremos, por exemplo, o caso de uma grande obra de engenharia e como afeta o ecossistema que invade. Normalmente gera redução do espaço habitável, da disponibilidade de alimentos, certo nível de contaminação, etc., que são, entre outras, algumas das razões que determinam uma mudança sobre os equilíbrios entre as espécies existentes anteriormente ao começo dos trabalhos. As mudanças não são imediatas e paulatinamente as espécies se acomodam às novas relações de equilíbrio nas quais desempenha um papel fundamental sua forma de inter-relação.
Um ecossistema é um sistema complexo onde espécies, tanto vegetais como animais, convivem em variadas formas de inter-relação. A disponibilidade de solo, água e o clima são, por suposto, elementos fundamentais na determinação das características de cada espécie, mas também, as espécies têm relações geradas por suas necessidades básicas de alimentar-se e reproduzir-se.
Um caso típico é a relação entre a vítima e o predador. Normalmente a vítima constitui o alimento do predador, assim que para ambos é importante que se chegue a certo equilíbrio entre ambas as populações, ou caso contrário, o predador deveria mudar de dieta, ou se extinguiria também a si mesmo. Outra forma é quando duas espécies competem por um terceiro elemento (vegetal ou animal) que constitui o alimento para ambos, e às vezes exercem alguma forma adicional de influência entre si em termos de reprodução e crescimento. A área disponível para ambas é capaz de suportar certa quantidade de indivíduos de cada espécie, que uma vez alcançada se mantém estável sempre, e quando não, se apresentam condições adversas. Se reduzir a área disponível, contamina o ambiente ou reduz certamente a produtividade do solo, o conjunto deve chegar a um novo equilíbrio, que em casos extremos poderia significar o desaparecimento das espécies mais fracas.
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